E a vida? É bonita e é bonita!

“Viver, e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. Quem nunca ouviu a belíssima música de Gonzaguinha que nada mais é do que um doce relato de como é simples ter uma boa vida. Pena que a gente não seja um “verdadeiro aprendiz” de como é feito isso. A gente, principalmente na atualidade, se apega demais ao inalcançável ou ao difícil de alcançar. Só queremos o melhor! Não que isso seja ruim, mas só é bom de verdade quando sabemos aproveitar o que já existe de simples, mas de mais rico, em termos de felicidade, em nossa vida.

Quando decidi escrever sobre o tema, vi que era muito amplo, e pensando sobre como explicar a vida, lembrei-me desta música que eu particularmente adoro, desde a melodia ao estilo, mas que ao prestar atenção na letra, notei que nunca tinha percebido o quanto ela é rica em significado. Observei que simplesmente o dom da vida já é bonito. Não há nada de mais valioso que simplesmente viver. Aí, pensando nisso, lembrei-me de outra música, menos conhecida, talvez, que reforça que a vida é perfeita, simplesmente por ser a vida. “Já tive carro e grana e um monte de convites pra qualquer lugar, hoje eu só ando a pé, mas eu continuo a andar”. Essa música do cantor Leoni, mesmo não tratando especificamente do tema “vida”, prova, simplesmente, que mesmo perdendo tudo, é possível continuar porque temos a vida. Temos aí então mais uma pequena amostra do quanto devemos ser gratos por termos tido a oportunidade de viver.

Então, agora, a caminho do meio deste artigo, paremos e pensemos sobre a vida: Muitas vezes acreditamos que ela seja ingrata ou dura demais. Muitas vezes não entendemos porque a do outro parece tão boa enquanto a nossa, não passa de trabalho, estudo, um dia desgastante e problemas familiares. Muitas vezes passamos por dificuldades, mesmo indo à igreja todo domingo ou fazendo caridade. Nestes momentos paramos e pensamos qual o sentido de passar por tudo isso. Por que a vida é tão dura? Bem, olhemos por outro ângulo: Primeiramente, para que possamos passar por tudo isso, temos que viver. Caso isso não ocorra, não tem desgaste, não tem trabalho, não tem família. Sem a vida não tem dificuldade, não tem caridade, não tem missa aos domingos. Mas, não tem também, abraço carinhoso do filho, aliás, nem tem filho. Não tem risada e aventuras com os amigos, e, nem sequer, amigos.

Posto isto. Vemos que a música “O que é, o que é?”, do cantor Gonzaguinha, nada mais é do que tudo isso que foi dito até aqui. Que a vida, é bonita e é bonita, simplesmente porque é a vida. E que “não ter a vergonha de ser a feliz” é a apenas uma forma de agradecer por essa dádiva. Afinal, “não ter carro e grana e um monte de convites pra qualquer lugar” não faz diferença, se a vida nos deu a chance de caminhar. Viva a vida e não se impeça de repetir todo dia que ela “é bonita, é bonita e é bonita”.

FIRMINO JÚNIOR, bambuiense, professor do Instituto Federal. Mestre em Comunicação e jornalista formado pela PUC Minas. Contato: firmino.junior@yahoo.com.br. Colaborou neste artigo Fernanda Carla de Oliveira