Dois casos suspeitos de doença nefroneural são investigados em Arcos

Um caso suspeito de doença nefroneural é investigado em Arcos após um jovem de 19 anos e um homem de 33 anos darem entrada na Santa Casa com os sintomas da doença. A notificação dos casos suspeitos foi feita pelo hospital à Secretaria de Saúde.

Segundo a responsável técnica da Santa Casa, Ângela Margarete, o jovem de 19 anos é de Ouro Preto e estava em Capitólio, onde ingeriu a bebida entre os dias 4 e 7 de janeiro. Ele apresentou febre e diarreia. O paciente foi atendido e liberado no dia 10 de janeiro em bom estado de saúde. O caso dele foi informado ao Estado na semana passada e está na lista dos casos notificados.

Já o homem de 33 anos deu entrada na Santa Casa no dia 3 de janeiro e  informou que consumiu a cerveja durante as festas de Natal e Ano Novo. O paciente apresentou vômito, dor abdominal e diarreia. Ele também foi liberado e teve o caso notificado à SES na segunda-feira (13), segundo a Vigilância em Saúde.

Uma força-tarefa investiga a relação das internações e mortes com o consumo da cerveja Belorizontina, da fabricante Backer. A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada em lotes do produto.

 

O que diz a empresa

Em entrevista à uma rede de televisão a empresa se manifestou através de sua diretora de marketing, Paula Lebbos. “O que estou pedindo é que não bebam a [cerveja] Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo”, afirmou a diretora de marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, em entrevista coletiva à imprensa no fim da manhã desta terça-feira (14), na sede da cervejaria, no bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de Belo Horizonte.

Paula Lebbos reforçou que a orientação vale também para a cerveja Capixaba, que é produzida no mesmo tanque e possui a mesma fórmula da Belorizontina, porém tem rótulos diferentes. A cerveja Capixaba é vendida no Espírito Santo, mas, segundo Paula, nenhum caso de síndrome nefroneural foi identificado no estado.

Segundo Paula, as autoridades já receberam todas as notas fiscais de insumos comprados pela cervejaria. Ela voltou a reforçar que o único produto utilizado no processo de resfriamento é o monoetilenoglicol. “A Backer nunca comprou o dietilenoglicol”, disse. E afirmou: “O monoetilenoglicol é utilizado em centenas de cervejas no país e no mundo”.

Ainda de acordo com a diretora de marketing, os quase 650 funcionários diretos e indiretos da cervejaria estão em casa, por causa da interdição da fábrica. “Apenas alguns funcionários técnicos estão trabalhando”. Ainda não há prazo para a Backer retomar as atividades, segundo a diretora de marketing.