MPF pede suspensão de ação da duplicação da 262 para acordo

Após reunião com dirigentes da Triunfo Concebra, o procurador da República Thales Messias Pires Cardoso requereu novo prazo à juíza da 4ª Vara Federal em Uberaba, Cláudia Salge, para estudo da documentação apresentada pelo consórcio que poderá resultar em acordo. Objetivo é dar solução mais célere aos problemas gerados pela falta de duplicação da BR-262. Com isso, a Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) em dezembro de 2018 está suspensa por mais 60 dias.

De acordo com o procurador Thales Cardoso, a Triunfo Concebra apresentou uma série de documentos, inclusive relacionados a financiamento e a dificuldades financeiras suportadas pelo consórcio. Em razão da necessidade de análise desse material, o procurador requereu uma nova suspensão do processo. “A ideia é verificar em conjunto a possibilidade de adotar as medidas mais urgentes na BR-262, mas, para tanto precisamos verificar umas situações financeiras. Por isso, ainda não fechamos nenhum acordo”, frisa.

Ainda conforme Cardoso, uma nova reunião será agendada para o início de 2020, logo após o período de recesso do Judiciário, com o intuito de dar andamento às tratativas. “Marcamos para o fim de janeiro para terminar o exame dessa documentação e assim tentarmos pautar um acordo que possa acelerar os investimentos na BR-262, para, inicialmente, fazer frente a esses problemas mais graves. O processo de acordo, às vezes, acaba se estendendo por ser uma questão complexa, mas acredito que ainda é mais rápido do que ficarmos litigando na Justiça”, explica o procurador.

Segundo o Programa de Exploração da Rodovia (PER), um total de 647,8 quilômetros deveria ter sido duplicado no prazo de cinco anos, além das melhorias, mas não foi o que ocorreu. Até 2017, apenas 111,2 quilômetros de estradas foram duplicados, totalizado 17,16% do previsto. Nos 391 quilômetros objeto da ação, foram duplicados somente alguns trechos entre Uberaba e o entroncamento com a BR-153. Já as obras no trecho de Uberaba, passando por Araxá até Campos Altos, sequer foram iniciadas.