Firmino Júnior: "Eu vim para servir". E você?

A campanha da fraternidade é realizada anualmente pela Igreja Católica no período da Quaresma. A campanha da fraternidade, como consta no site da Paróquia de São Paulo, foi criada em 1961, quando três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para atividades assistenciais. Essa campanha foi denominada de Campanha da Fraternidade e foi realizada pela primeira fez em 1962, em Natal-RN. Não houve muito êxito financeiro, mas foi o pontapé inicial para que a ideia se expandisse.

Dessa forma, em 1964, a campanha atingiu nível nacional, graças ao apoio e organização do Concílio do Vaticano II, Plano Pastoral de Emergência e Plano Pastoral de Conjunto. Até 1973 ela abordava apenas temas que diziam respeito à Igreja, mas a partir desse ano, começou a mostrar a preocupação com a realidade do povo brasileiro, e assim, passou a abranger temas como justiça, segurança e outros.

Esta breve introdução foi dada para mostrar o quanto a Campanha da Fraternidade é mais que alguns segundos de propaganda na TV ou apenas uma campanha que é só da Igreja Católica. Ela possui uma base sólida e busca sempre ajudar os mais necessitados. Nesse ano ela vem com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir”. Este lema me chamou especialmente a atenção por abordar algo que tem sido deixado de lado: o serviço desinteressado. Servir deve ser bem mais que apenas um verbo, mais que uma ação que não sai do plano das ideias, deve ser algo que colocamos como prioridade em nossas vidas, tal como comer ou beber água. Servir deve ser lema e tema.

É por isso que eu convido a todos vocês a ajudarem seus vizinhos, seus parentes, as creches, enfim, ajudar com aquilo que você pode e a quem precisa, mas com boa vontade. E não digo isso porque é o tema da campanha ou porque é quaresma, mas sim porque quando formos capazes de ajudar uns aos outros sem esperar nada em troca, conseguiremos construir um mundo digno para mim, para você e para cada pessoa que aqui vive.

E mais um recado: se você ainda não é adepto ao hábito de servir, agora é uma boa hora para começar. Engaje-se independente da sua classe, religião ou etnia. A campanha da fraternidade é uma forma de celebrar o ecumenismo, esquecer as divergências e ajudar ao próximo. É uma forma de união e a prova de que quando a ideia é boa, não importa de onde ela venha. De uma forma ou de outra todos se tornarão adeptos e ela sempre dará certo.

 FIRMINO JÚNIOR, bambuiense, é professor do Instituto Federal. Jornalista e mestre em Comunicação. Contato: firmino.junior@yahoo.com.br. Colaborou nesta coluna Fernanda Carla de Oliveira.