Diretor Geral do IFMG Campus Bambuí pública comunicado informando sobre desocupação da EMATER

O Diretor Geral do IFMG Campus Bambuí, Flávio Vasconcelos Godinho, publicou um comunicado no site do Campus de informando o motivo da desocupação das instalações da EMATER.

A TV Bambuí com o intuito de preservar o maior número possível de informações, iremos divulgar o comunicado na integra.

Confira 

"A questão da Emater vai além do simples pedido de devolução de uma edificação. Trata-se de um convênio que durou mais de 25 anos e como venceu há mais de 5 anos, temos até agora, perto de 30 anos. Começou ainda na época do Diretor Guy Torres, quando o mesmo assumiu a presidência da Emater e viu uma oportunidade de, ao criar um Centro de Treinamento da Emater dentro da então Escola Agrotécnica Federal de Bambuí, divulgar mais a escola, além de trazer mais movimento para a cidade. A ideia foi boa e funcionou bem durante muito tempo. Outros presidentes vieram e com eles a criação de outros dois Centros de Treinamentos da Emater no estado o que dividiu e muito, o pré-serviço dos técnicos da Emater em Bambuí. Como exemplo desta constatação, podemos afirmar que em 2007, a Emater promoveu no VERdeMINAS mais de 500 cursos de capacitação, de curta duração, para seus funcionários. No ano passado, foram menos de 10 cursos.

O último convênio existente entre o então Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí  e a Emater, data de 25 de agosto de 2003, vigente até  2008 (5 anos). Tinha como objeto o aperfeiçoamento de seus próprios recursos humanos e de terceiros, dedicados ou necessários ao desenvolvimento sustentável brasileiro, sobretudo quanto ao de Minas Gerais, através de integração do sistema de ensino, pesquisa e extensão das partes convenentes. 

Após o vencimento do convênio não logramos êxito na renegociação de termos que fossem também vantajosos à União. Um destes termos, por exemplo, propunha  a separação da instalação de padrão independente para fornecimento de energia elétrica, que não fossem às expensas do CEFET-Bambuí e, posteriormente, do Câmpus Bambuí, dentre outros. 

Em 2012, a Diretoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Câmpus Bambuí também tentou, sem sucesso, a assinatura de um convênio entre nossa Instituição, a Cooperativa Escola dos Alunos e a Emater, que objetivava a cooperação recíproca entre as partes na administração de agenda de capacitações/eventos para pessoas ligadas ao agronegócio familiar e outros interessados da Região Centro-Oeste e Alto Paranaíba do Estado de Minas Gerais, a ser realizada nas instalações da Unidade VERdeMINAS/Emater de Bambuí. 

Do vencimento do convênio após a primeira renovação, a ex-escola agrotécnica, que passou a CEFET Bambuí e agora câmpus do IFMG expandiu muito, passando a oferecer muitas oportunidades: cursos técnicos de Agropecuária, Açúcar e Álcool, Meio Ambiente, Informática, Manutenção e Mecânica Automotiva; tecnólogos em Alimentos e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, bacharelados em Agronomia, Administração e Zootecnia; licenciaturas em Física e Biologia e engenharias de Computação, de Alimentos e de Produção. São próximos de 2000 alunos e temos ainda o PRONATEC que nos liga a dezesseis cidades da região com mais de 150 cursos, entre técnicos, aperfeiçoamentos e formação inicial e continuada, dando-nos mais outros quase 1500 alunos. E com os cursos, cresceram as demandas por espaços/infraestrutura. Investimos muito e ainda demandamos mais, pois, para cada curso criado, vem junto a sala do coordenador, os laboratórios específicos e os demais ambientes de aula. A diretoria de ensino tem toda uma estrutura de apoio de pessoal e temos a diretoria de pesquisa, pós-graduação e extensão, diretamente ligada às ações dos alunos. Com tanta demanda, não é justo mantermos dentro de nosso campus um espaço, em um local nobre, com mais de 95% de seu tempo desocupado. É um luxo que, como gestores públicos, não podemos e não temos o direito de deixar continuar acontecendo. Seria uma falta de respeito com o dinheiro público. 

Nesse prédio que hoje está a Emater, com o VERdeMINAS, locaremos as diretorias de ensino e  de pós-graduação, pesquisa e extensão e também o primeiro curso de  mestrado do IFMG, que será multicampi e irá funcionar em Bambuí. Lá teremos um ambiente para salas de aula do mestrado (serão vinte alunos, com entrada anual), uma sala de coordenador do curso, secretaria e uma sala de apoio para os professores de outros campi que virão lecionar aqui. O fim que iremos dar ao próprio nacional é muito nobre. 

O movimento que geramos hoje reflete na cidade e pode ser observado em supermercado, bares, restaurantes, imobiliárias e por aí vai, que será acrescido com os novos alunos do mestrado e seus professores que não pertencem ao quadro de nosso câmpus.

Diferente do que está sendo divulgado, esta ação de pedido de desocupação vem sendo tratado internamente há um bom tempo. Em Bambuí com nossa equipe diretiva e também com nosso Reitor, professor Caio Mário Bueno Silva, que desde o início nos apoiou no propósito. A primeira notificação que fizemos à Emater foi em 14 de agosto, por meio da reitoria, e a presidência da Emater cuidou de informar, por via de seu vice-presidente, aos servidores da Emater de Bambuí. Em setembro, notifiquei a senhora Maria Helena. A Emater só nos respondeu após apelos de seus próprios servidores. O IFMG reiterou a intenção em outro ofício de nosso Reitor, de 24 de outubro, e eu notifiquei novamente a Emater local, no dia 29  (ver anexos). Logo, como podem perceber, o documento enviado no dia 29 somente ratifica e define um novo prazo para a desocupação. Todos os envolvidos já estavam cientes e tiveram o tempo hábil para tomarem as providências necessárias.

É oportuno lembrar que em quase todas as cidades que possuem escritório da Emater, a relação é entre essa empresa e a Prefeitura, visto que suas ações envolvem a assistência técnica a produtores rurais do município, sendo, dessa forma, uma contrapartida municipal. 

Ressalto ainda, para finalizar este esclarecimento, que em conversa com a senhora Maria Helena, no momento em que a entreguei nosso primeiro ofício, em setembro, lembrei da relação longa e cortês que sempre tivemos e que gostariamos que continuasse. Coloquei inclusive a possibilidade de que, em sendo do interesse da Emater, todos os servidores que trabalham hoje no VERdeMINAS poderiam e seriam muito bem vindos para trabalharem conosco. Que ela levasse a eles esta minha colocação. Disse que temos demanda de trabalho para todos os doze servidores. Citei até que já temos em andamento algo assim. A EPAMIG está cedendo cinquenta e dois sevidores deles, que trabalham hoje na EPAMIG de Pitangui, para continuarem lá, onde será um câmpus avançado do IFMG, continuando assim seu trabalho sem terem de mudar para outra cidade.

Na certeza de ter esclarecido os fatos relacionados à este assunto, espero que a toda a comunidade bambuiense compreenda que foi uma ação administrativa buscando a otimização de um bem público.

Cordiais saudações a todos.

Professor Flávio Vasconcelos Godinho

Diretor Geral"

Fonte: Jornalismo TV Bambuí/IFMG