Firmino Júnior: Independência e nada de morte!

Como estamos em setembro não poderia deixar de comentar sobre a independência. De certa forma, todo mundo já ouviu falar sobre o significado do dia 7 de setembro, então, creio que seja mais interessante observar a independência de outro ângulo, ou seja, do direito de todos serem independentes nos mais variados aspectos.

Os tempos mudaram e a mente humana também, entretanto, o que quero questionar hoje, é sobre como estamos aproveitando essa independência que foi adquirida com muito sofrimento. Será que sabemos aproveitá-la? Será que os direitos que adquirimos estão sendo exercidos por nós como deveríamos?

Bem, eu tenho minhas dúvidas sobre isso. Quando vejo alguém reclamar sobre a sujeira na rua, penso se aquela pessoa joga o lixo no latão que está logo na esquina, ou, quando vejo alguém reclamar da violência, reflito sobre o que eu e até mesmo aquela pessoa fez para resolver o problema. De fato o brasileiro é muito caridoso e os governantes deixam a desejar, mas vistoriar nossa noção de independência não custa.

Dei exemplos bem simples que muitos devem estar perguntando qual o sentido disso sendo que o tema é independência, mas agora adentrarei o problema mais profundamente. Ser independente não é ser “dono do próprio do nariz?” Pois bem. Se conquistamos isso, temos que saber lidar com o “problema”. Um ato de jogar papel no lixo, de defender uma criança, de ser gentil com a pessoa do lado são provas que aprendemos lidar com a nossa independência, pois, saber exercer os direitos de bons cidadãos é também ser independente.

Quando votamos, quando refletimos sobre um problema, quando fazemos algo mesmo que pequeno para mudar o mundo, quando escolhemos o certo ao invés do errado, também estamos sabendo lidar com nossa independência. E é isso que estou tentando mostrar. Ser independente não é se rebelar contra os pais, depredar patrimônios, humilhar uma pessoa em dificuldade. Ser independente é lutar por aquilo que trará algo de bom para você e para o próximo, é saber escolher o que lhe trará paz.

Ademais, desejo a todos toda a independência do mundo, desde que saibam aproveitá-la sem invadir o espaço do outro e sem machucar o próximo. Independência sem morte e com muita reflexão é o que o mundo precisa.

FIRMINO JÚNIOR, bambuiense, é professor na PUC Minas e no Instituto Federal, também jornalista e escritor, tem mestrado na área de Comunicação. Contato: firmino.junior@yahoo.com.br. Colaborou nesta coluna Fernanda Carla de Oliveira.