Acidentes graves na BR-354 geram comoção e cobrança ao governo

Os últimos dias foram marcados por tragédias na BR-354, no trecho entre Formiga e Arcos. No último dia 16, uma família inteira morreu em um desastre e no dia 21 outro acidente matou um motorista. Os acidentes geraram comoção e ação por parte da população.

Odilon C. criou uma Petição da Comunidade no site Avaaz.org para solicitar alteração do trajeto da rodovia, no trecho conhecido como ‘curva da morte’, entre Formiga e Arcos.

Do dia 21, quando foi criada a Petição, até a manhã desta quinta-feira, dia 22, quase 400 pessoas haviam assinado online, sendo que o objetivo é colher mil assinaturas para, então, apresentar o pedido ao Governo do Estado de Minas Gerais e ao Governo Federal.

O criador da Petição argumenta que a curva já tirou a vida de centenas de pessoas, principalmente de Formiga, Arcos, Pains, Iguatama e Córrego Fundo. “Já fizeram obras e melhoraram a sinalização no local. Nada resolveu.

Como todas as medidas tomadas não foram capazes de resolver os problemas desse ponto trágico, pedimos a alteração do curso da rodovia. Não podemos mais desperdiçar vidas sendo que uma simples obra resolveria o problema”, colocou.

Odilon destacou ainda que “é inadmissível saber onde está o problema, saber soluciona‐lo e deixar a população, literalmente, morrer”.

A Petição online pode ser assinada por qualquer pessoa, basta acessar a página: https://secure.avaaz.org/

Denit

Em entrevista ao TRIBUNA, o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit), Rogério Chaves Molina, afirmou que não há nada de errado com a pista da BR-354. “Os acidentes lá [no trecho da curva da morte] são por falhas humanas, não da rodovia ou da sinalização”, garantiu.

Rogério forneceu ao Jornal estatísticas da PMR que relatam os motivos dos acidentes ocorridos no trecho, em 2017. De 35 acidentes, 17 aconteceram por falta de atenção dos motoristas e todos os demais por responsabilidade dos motoristas, sendo variadas as causas como, por exemplo, não manter distância de segurança entre os veículos, dirigir alcoolizado, dormir ao volante, e velocidade incompatível com o trecho.

O engenheiro ainda lembrou que foram instalados redutores de velocidade e nova sinalização nas proximidades da curva da morte, no final de 2016.

Os acidentes

O desastre no último dia 16 aconteceu à noite, envolveu uma carreta e um carro, e matou marido, esposa e filha. Uma moto também se envolveu na batida.

No carro estavam Sônia de Sousa Silva de 65 anos e a filha dela Érika de Oliveira Silva de 38 anos. Elas morreram na hora. O motorista do carro Otacílio José da Silva, marido de Sônia e pai de Érika, chegou a ser socorrido, mas teve uma parada cardiorrespiratória no hospital.

A família morava no Bairro Santo Antônio na cidade de Arcos. O sepultamento das três vítimas foi no município de Pedra do Indaiá.

A Polícia Militar Rodoviária (PMR) de Formiga registrou o acidente e relatou que chovia muito no momento da colisão. O carro rodou na pista e bateu de frente com a carreta. A moto vinha logo atrás e não conseguiu parar.

O motociclista envolvido no acidente foi socorrido pelos bombeiros. Já o motorista da carreta recusou atendimento.

Já no dia 21, o desastre aconteceu pela manhã, no km 492, envolveu uma carreta e um carro e no momento também chovia muito, segundo a PMR.

O motorista da carreta relatou à PMR que ao entrar em uma curva se deparou com o carro na contramão e a batida matou o motorista do carro no local. Já o outro motorista sofreu ferimento no braço.

Um segundo acidente aconteceu a cerca de 150 metros do local. Um caminhão tombou após o motorista perder o controle da direção.