Rio Paranaíba está sem banco após ataques a três agências em 3 meses

Os moradores de Rio Paranaíba, cidade de 11 mil habitantes da região do Alto Paranaíba, estão praticamente sem agência bancária na cidade após bandidos explodirem dois bancos na madrugada desta quinta-feira (1º). O ataque aconteceu exatamente três meses após a última ocorrência deste tipo de crime no município, quando, em novembro do ano passado, uma outra agência foi explodida.

Conforme a Polícia Militar (PM), era por volta de 1h20 quando a quadrilha fortemente armada invadiu a cidade em três veículos, um Toyota Hylux prata, uma caminhonete preta e um Volkswagen Gol vermelho.

Um militar que estava do lado de fora do quartel presenciou a chegada dos veículos na cidade, quando a quadrilha passou em alta velocidade em frente à unidade policial. Ele notou que um homem estava com o corpo totalmente para fora da janela e usando uma touca ninja, acionando uma viatura para verificar a situação, pensando a princípio que seria apenas uma infração de trânsito.

Entretanto, quando os militares chegaram próximo à agência da Caixa Econômica Federal, acabaram sendo recebidos a tiros pelos bandidos. Houve troca de tiros e, felizmente, nenhum policial foi atingido. Entretanto, a viatura ficou com as marcas de cinco perfurações de armas de grosso calibre em sua lataria e vidros.

 

Vendo o poder do armamento da quadrilha, os militares precisaram fazer um recuo tático e, pouco depois, ouviram uma explosão. Os suspeitos usaram o artefato explosivo para arrombar o cofre principal da agência da Caixa. Segundo o relato de um funcionário à polícia, o cofre havia acabado de ser abastecido com dinheiro para a realização do pagamento de servidores neste primeiro dia de fevereiro.

Depois disso, o bando se deslocou então para a agência do Bradesco, a cerca de um quilômetro do primeiro banco danificado, onde explodiram um caixa eletrônico. Eles fugiram logo em seguida em direção à MG-230.

Ainda de acordo com a PM, disparos de arma de fogo foram efetuados durante toda a ação, que durou cerca de 50 minutos. Eles chegaram a atirar inclusive próximo ao quartel da polícia. Os policiais recolheram no local alguns estojos de munição de fuzil, calibre 5.56, e de escopeta calibre 12.

Com a força da explosão, a estrutura do prédio onde estava a agência da Caixa foi danificada. Após o fim da ação, a PM imediatamente acionou as corporações de cidades vizinhas para que fosse feito um cerco, entretanto, até a tarde desta quinta, ninguém foi preso.

 

SEM AGÊNCIAS

De acordo com um policial militar da cidade, que não quis ser identificado, como no dia 1º de novembro a agência do Banco do Brasil também foi danificada pela ação de uma quadrilha e o prédio segue em reforma, atualmente a cidade só possui uma agência bancária, da Sicoob.

"Esta foi a única agência que sobrou intacta. Muitos não sabem como farão para fazer transferências ou que seja sacar um dinheiro", apontou.

O TEMPO conversou com uma moradora da cidade, de 34 anos, que contou que a situação está realmente difícil. "O que nos restou é ir até a cidade vizinha, que é São Gotardo, para ir no banco. Mas fica a quase 30 minutos daqui, o que complica muito. Estamos todos assustados, pois a cidade sempre foi muito tranquila e essa e, agora, vem esse tanto de explosão. Sem falar no susto, pois eles atiraram muito durante o assalto. Está todo mundo com medo", contou.