TSE suspeita de 200 mil doações e pagamentos eleitorais

Órgão questiona valores recebidos e gastos por candidatos no pleito desse ano

Balanço divulgado nessa quarta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta suspeita sobre mais de 200 mil receitas e despesas registradas ao longo do primeiro turno das eleições. Ao todo, o cruzamento de dados indica desconfiança sobre R$ 659 milhões.

Pelos indícios levantados por técnicos do TSE em parceria com a equipe do Tribunal de Contas da União (TCU), 37.888 doadores são beneficiários do programa Bolsa Família. Essa parcela doou R$ 36,8 milhões aos candidatos. Em apenas um caso, a pessoa doou R$ 1,2 milhão em bens e serviços. Na outra ponta, a empresa de um fornecedor incluído no Bolsa Família recebeu R$ 1,75 milhão.

Outros 24.646 doadores, segundo o TSE, têm patrimônio incompatível com o montante doado. A lista inclui 35 pessoas com doações superiores a R$ 300 mil. Exemplo: um professor universitário doou R$ 300 mil. Outras suspeitas pairam sobre desempregados e doações feitas por sócios de empresas que recebem recursos da administração pública.

Outro fator problemático é a doação feita por falecidos. Ao todo, são 250 encaixados nessa situação. 

O TSE cita também o caso de uma empresa registrada em nome de integrante de partido político, aberta em junho desse ano, e que recebeu R$ 250 mil em contrapartida aos serviços prestados.